Suzana Santiago
Suzana Santiago
Neste site, vou compartilhar com você o fascinante universo da Genealogia Afro-brasileira. Vou dividir minhas descobertas e oferecer dicas valiosas para ajudar na pesquisa da sua ancestralidade. Através da pesquisa genealógica, você poderá se reconectar com suas raízes de maneira profunda e emocionante, descobrindo nomes, datas importantes, alegrias e desafios que fizeram parte da trajetória dos seus antepassados.
Há anos me dedico à pesquisa genealógica como hobby, mas recentemente decidi aprofundar meus conhecimentos e habilidades nessa área. Atualmente, estou cursando Licenciatura em História e concluí meu primeiro certificado em Introdução à História da Família pela Universidade Brigham Young-Idaho, através da PathwayConnect Worldwide.
Venha comigo nessa jornada de descoberta e conexão com nossos ancestrais. Vamos juntos explorar e valorizar nossa rica herança afro-brasileira!
Email:suzanasantiago@pulsoafro.com.br
A crença de que a miscigenação levaria ao "fim" do Brasil reflete a ideia de que a miscigenação seria algo negativo ou degenerativo. Na genealogia, esse pensamento se traduz no apagamento de registro de ascendência africana.
Recentemente, visitei o Museu Imperial, em Petrópolis, no Rio de Janeiro. Ao entrar em um das sala avistei uma escultura coberta e me questionei sobre o motivo de ela estar oculta, à vista do público. Foi só depois de ler sobre a sala que descobri que se tratava da escultura Mima de Arthur de Gobineau, que chegou ao Brasil em missão diplomática em 1869. A escultura se trata de uma encomenda feita por D. Pedro II.
Arthur Gobineau é reconhecido como o "Pai das Teorias Racistas" e criou ideias pseudocientíficas em "Ensaio sobre Desigualdade das Raças Humanas" (1853-1855), que influenciaram teorias racistas e o racismo estrutural.
Arthur Gobineau acreditava que uma "raça pura" era superior às outras e que uma mistura entre elas levava à degradação de seu potencial de desenvolvimento. Por isso declarou que o Brasil acabaria em 200 anos pela miscigenação que ocorria no país
Na genealogia, esse pensamento se traduz no apagamento de registros de ascendência afro-brasileira, pois muitas famílias preferem ocultar sua origens para aderir ao ideal europeu de "pureza racial", o que leva a árvores genealógicas incompletas.
Na realidade a genealogia afro-brasileira pode provar que, longe de acabar, o Brasil gerou um plural, repleto de cultura oriunda das tradições africanas. E que o não apagamento da História está intimamente ligada a visibilidade de histórias individuais e coletivas.
O motivo da escultura estar coberta faz parte de uma ação do museu voltada para a reflexão crítica, com o objetivo de discussões sobre práticas antirracistas, agindo como agente de transformação social e educativa.
Aproveito para incentivá-lo a começar sua própria pesquisa genealógica, registrando a história de sua família como uma forma de perpetuar não apenas a história individual, mas também a coletiva, em busca de fortalecimento e conexão com suas raízes.
Imagens retirado do Instagram do Museu Imperial de Petrópolis, Rio de Janeiro.
Traçamos a meta e partimos para nossa jornada, no meio do caminho encontramos uma montanha. O que fazer? Paralisa ou escala a montanha?
Uma conexão profunda será o resultado que você terá com sua
ancestralidade ao realizar pesquisas genealógicas em busca de seus antepassados Afro-brasileiros.
Por anos, a pesquisa genealógica foi um hobby para mim, entretanto, alguns meses atrás decidi aprender mais e fazer disso um propósito: levar a pesquisa genealógica para famílias afrodescendentes, devido aos desafios que existem nessa pesquisa e pela falta de divulgação.
Foram meses intensos para cumprir prazos, manter boas notas e o desafio de fazer isso em outro idioma. Chego no final dessa jornada feliz porque consegui cumprir os prazos com excelência (para uma mãe de quatro, isso é desafiador) e consegui manter ótimas notas, tendo adquirido novas habilidades.
Em especial habilidades em paleografia, padrões de pesquisa, ética na profissão, análises de documentos, ensinar sobre genealogia e promover a pesquisa genealógica.
A jornada na BYU-Pathway Worldwide está sendo incrível, e estou pronta para o Certificado Avançado de História da Família, que já comecei com a matéria de Genealogia Genética.
Estou cada dia mais motivada para somar minhas habilidades de pesquisa adquiridas ao longo desses anos na minha pesquisa pessoal aos padrões de pesquisa da profissão de Genealogista.
Pesquisa Genealógica para Ascendência Africana, apenas para conexão com a ancestralidade
Vi um post que me trouxe reflexão. O governo de Benin, na África Ocidental, está oferecendo para brasileiros visto para visitar o país com o intuito de reconexão com sua ancestralidade. Inclusive neste país existe um local chamado Porto do Não Retorno, em referência ao local onde as pessoas sequestradas saíam do país, levadas para outro local e eram escravizadas. Um destes locais era o Brasil. Por isso essa oferta.
No post da Rede Vizinha houve muitos comentários falando que não tinha vantagem visitar a África, que se fosse um país europeu valeria a pena, teria vantagem. Mas de pobreza e de miséria já basta o Brasil.
Claro que como uma genealogista que propõe a pesquisa genealógica afro-brasileira, e que propõe reconexão com sua ancestralidade, fui lá e deixei meu comentário. Houve um contraponto ao meu comentário. Uma pessoa, um homem negro, falou que era neto de uma mulher negra, também italiana, e que ele estava buscando a sua ancestralidade italiana em busca de melhoria de vida, de oportunidades. Ele me perguntou se ele não poderia fazer isso. Eu disse que sim, que ele poderia buscar novas oportunidades. Mas por que desvalorizar a ancestralidade africana?
Sei que algumas pessoas fazem a sua pesquisa no ramo europeu pelo status. E justamente por isso, na minha postagem aqui e lá, eu usei a ascendência africana. Porque negro nós temos em vários locais do mundo, inclusive na Europa. Então a desvalorização do negro está especificamente na ascendência africana.
Por que não uma pessoa fazer sua pesquisa genealógica e ir à África apenas para reconectar-se com sua ancestralidade? Uma das coisas que se faz hoje é realizar pesquisa genealógica e fazer um turismo genealógico, que é visitar os locais de seus antepassados. Será que só vale a pena fazer um turismo genealógico se for em países europeus? Se for na África, não tem valor? Se for para você entender que sua ancestralidade não começa na escravidão, mas antes disso, essa visita não vai ter valido a pena?
O Encontro Genealogia da Diáspora Afro-Brasileira, que aconteceu em Salvador, Bahia, nos dias 21 e 22 de novembro de 2025, foi um marco para fomentar a divulgação da pesquisa genealógica de famílias que tiveram suas histórias apagadas. Trazer uma perspectiva de mudança de narrativas familiares. Fui convidada para falar sobre minha experiência na jornada para traçar a memória de minha família e os desafios de fazer a pesquisa genealógica para uma família afro-brasileira. E como isso me impulsionou a buscar uma formação em História da Família e Genealogia. Estamos caminhando, e fazendo com que esse jornada se torne um direito e não um privilégio.
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